Michael Jackson sempre esteve um passo à frente de seu tempo. Enquanto muitos artistas buscavam a perfeição técnica, ele buscava algo muito mais profundo. Para Michael, nunca foi só música pra ele. Era a arte em sua forma mais pura, a expressão mais honesta de tudo o que sentia.
Ele não era guiado apenas por notas ou compassos. Michael era guiado por sensações, por uma conexão quase espiritual com o som. “Eu sinto a música”, dizia. E não era uma frase poética, era literalmente como vivia sua arte. Ele deixava que cada batida pulsasse dentro de si, como se seu corpo fosse o primeiro instrumento a ser afinado.
Quando ouvia uma batida, seus pés reagiam antes mesmo de qualquer pensamento consciente. Era instintivo, natural, inevitável. Seu corpo vibrava como se reconhecesse aquele ritmo desde sempre. Ali já começava algo maior: não a dança, mas a essência da Música como Arte, aquilo que muitos tentam explicar, mas poucos conseguem realmente acessar.
Esse modo de criar o colocava em outro patamar. Outros artistas executavam. Michael sentia. Outros reproduziam coreografias. Ele transformava movimentos em emoção. Para ele, a música não servia apenas como trilha; era vida, era identidade. E por isso, em cada obra, ficava claro: nunca foi só música pra ele.
Nos bastidores, isso se tornava ainda mais evidente. Michael exigia não perfeição técnica, mas verdade. Era indispensável que os dançarinos entendessem a intenção por trás de cada gesto. A coreografia não podia nascer da memorização — tinha de emergir da batida, da vibração, da alma. A música precisava ser sentida, não apenas seguida.
No vídeo de bastidores de Smooth Criminal, essa filosofia aparece de forma cristalina. Ao orientar seu coreógrafo, Michael não demonstra apenas passos. Ele explica sensações:
É interessante ver como o coreógrafo tenta acompanhar aquela forma tão singular de ensinar. Michael não passava movimentos; passava estados de espírito. Era como explicar para alguém como sentir saudade ou arrepio. E isso só reforçava o quanto sua arte nascia de um lugar inacessível para a maioria.
E é justamente por isso que ninguém conseguiu fazer o que ele fez. Técnicas podem ser copiadas. Gestos podem ser imitados. Mas a essência da Música como Arte, que guiava Michael Jackson, era única. Ele não apenas criava performances ele se tornava a própria música. E é por isso que seus passos, sua voz e sua energia continuam vivos: porque para ele, nunca foi só música, era tudo.




