Em uma entrevista reveladora ao site Science of Noise, David Paich, tecladista e vocalista da icônica banda de rock Toto, abriu seu coração sobre um dos momentos mais extraordinários de sua carreira.
Detentor de seis Grammys, um Emmy e uma trajetória que inclui colaborações com gigantes da música, Paich foi parte essencial da gravação do álbum mais vendido de todos os tempos: Thriller, de Michael Jackson. Para muitos, estar em um estúdio com Jackson já seria um sonho. Para Paich, aquele momento foi elevado a outro patamar quando a lenda Paul McCartney também entrou na sala.
Paich descreveu a experiência de trabalhar com Jackson como algo mágico. Ele pintou um retrato de um artista gentil e generoso, mas ao mesmo tempo um perfeccionista extremo. “Michael era uma das pessoas mais doces e maravilhosas que você poderia conhecer, mas ao mesmo tempo, muito exigente”, relembrou Paich.
Para ele, a genialidade de Jackson estava na habilidade de equilibrar sua visão artística com uma abertura para a colaboração, permitindo que os músicos ao seu redor dessem asas às suas próprias ideias. A liberdade criativa foi um dos aspectos que mais marcou Paich durante as gravações de “The Girl Is Mine“, canção que ele co-arranjou junto a Steve Lukather e Jeff Porcaro.
No entanto, o que torna essa história ainda mais fascinante é o contexto em que tudo aconteceu. Naquele estúdio, enquanto trabalhavam no que se tornaria um dos maiores marcos da história da música, Paich se viu rodeado por Paul McCartney, sua esposa Linda, e ninguém menos que o produtor George Martin, considerado o “quinto Beatle”.
Para completar, Quincy Jones, o cérebro por trás de Thriller, também estava presente. Era um encontro de gigantes, uma verdadeira sinfonia de lendas que se misturava ao ar. “Foi um daqueles momentos em que você precisa se lembrar de relaxar e pensar: ‘Estou aqui para fazer música’”, disse Paich, rememorando a necessidade de manter a calma em meio a tanto talento reunido.
O tecladista ainda recordou com carinho o ambiente que permeava aquelas sessões. Apesar da pressão de estar criando um álbum que acabaria por definir a carreira de Michael Jackson e transformar a indústria musical, havia uma energia positiva e colaborativa no ar. Paich destacou a importância de saber abstrair a grandiosidade do momento para focar no trabalho, algo que nem sempre era fácil com tantas personalidades icônicas no mesmo espaço. Mas foi justamente essa alquimia de mentes brilhantes que fez com que Thriller se tornasse o sucesso imortal que é hoje.
Para aqueles que admiram a história da música, as memórias de David Paich são um verdadeiro mergulho no coração de uma era em que os gênios se encontravam não apenas para criar canções, mas para moldar a cultura pop como a conhecemos. O que emergiu daquele estúdio não foi apenas um álbum, mas uma obra-prima que redefiniu o conceito de colaboração artística, provando que, quando grandes mentes se encontram, a magia acontece.
