O Legado de Invincible: relembrando o último trabalho de Michael Jackson
“Invincible” chegou em 2001 como um grito de resistência e inovação, marcando o último grande projeto de estúdio de Michael Jackson. Para além de um simples lançamento musical, o álbum representou uma fase de confronto, tanto pessoal quanto profissional, que desafiava o próprio reinado do Rei do Pop.
Em seu lançamento, o álbum rapidamente dominou as paradas, com 363 mil cópias vendidas em sua primeira semana nos Estados Unidos e mais de três milhões ao redor do mundo logo nos primeiros dias. No entanto, as expectativas para “Invincible” estavam em uma dimensão muito além de números: a promessa de manter a lenda viva em um novo milênio.
Nos bastidores, contudo, a história foi bem diferente. O sucesso comercial esbarrou em uma série de desentendimentos entre Michael Jackson e sua gravadora, culminando em uma batalha pública contra Tommy Mottola, CEO da Sony Music na época. Jackson acusou Mottola de sabotagem e de falta de apoio promocional para o álbum, uma decisão ousada que alienou alguns parceiros e mudou o rumo da recepção de “Invincible”.
O single “You Rock My World” até alcançou o top 10 nos Estados Unidos, mas sem uma turnê mundial e com uma presença promocional mínima, a chama inicial de “Invincible” começou a se apagar.
O álbum, no entanto, nunca perdeu a sua essência. Jackson sempre defendeu a qualidade e a profundidade das faixas, enfatizando que a música tem um poder eterno, algo que transcende o imediatismo da indústria.
Com faixas que misturam soul, pop e temas introspectivos, “Invincible” era, para Michael, uma tentativa de escapar dos limites impostos pela fama. Hoje, ao revisitá-lo, é possível sentir que muitas de suas músicas parecem mais poderosas e pertinentes do que nunca, ecoando um frescor que o tempo não conseguiu apagar.
Ainda assim, a sombra dos sucessos anteriores do Rei do Pop foi implacável. O próprio artista, que estabeleceu um padrão inatingível com álbuns como “Thriller” e “Bad”, enfrentou em “Invincible” uma comparação inevitável. Embora o álbum contivesse músicas fortes e experimentações sonoras, a ausência de uma aclamação universal foi lida por alguns como um sinal de que Michael estava encerrando um ciclo. As expectativas do público e da crítica acabaram ditando o julgamento final, mesmo que muitas de suas faixas tivessem profundidade e força inegáveis.
Hoje, “Invincible” é um retrato nostálgico de um gênio que desafiou até suas próprias conquistas. Com o tempo, a obra encontrou novos ouvidos, atraindo uma geração de fãs que a explora sem os preconceitos que rodearam seu lançamento.
Para aqueles que enxergam além dos números, “Invincible” é o testemunho final de um artista incomparável, um álbum subestimado que, para os fãs, se consolidou como um tesouro intocado, encerrando uma era com a complexidade e a genialidade de um verdadeiro ícone.
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