BAD: O álbum que provou que Michael Jackson era muito mais que 'Thriller' | MJ Beats
Michael Jackson nas gravações de "Bad" em Nova York

BAD: O álbum que provou que Michael Jackson era muito mais que ‘Thriller’

Durante cinco anos, o mundo aguardou algo. Um sinal. Um suspiro. Michael Jackson havia se calado após lançar o maior álbum da história da música, “Thriller”, e a indústria inteira viveu à sombra dessa espera.

Ninguém ousava afirmar o que viria a seguir. O tempo passou e, com ele, a expectativa virou tédio, e o silêncio virou dúvida. Quando finalmente saiu da toca, o mundo já não sabia mais se acreditava em milagres.

Uma Estratégia Repetida e Arriscada

Michael surpreendeu ao repetir a mesma estratégia que havia usado em Thriller: lançar como primeiro single a faixa mais fraca do disco. Em 1982, foi The Girl Is Mine, um dueto morno com Paul McCartney. Em 1987, escolheu I Just Can’t Stop Loving You, uma balada com a pouco conhecida Siedah Garrett. A crítica caiu em cima como uma avalanche. Muitos julgaram o disco por essa escolha isolada. Eles estavam errados.

A Chegada de “Bad”

Lançado numa segunda-feira nos Estados Unidos, Bad chegou às lojas com o peso da comparação inevitável com Thriller. Mas bastava ouvir para perceber: Michael Jackson estava em plena forma. Mesmo que a primeira faixa não empolgasse, o disco revelava rapidamente um artista que cresceu. Um artista que agora assumia sua voz com força, sem pedir licença.

A faixa-título abre o disco com uma declaração de autoridade: “Quem manda aqui sou eu.” Não era apenas uma provocação artística, mas uma postura. Era o som de um artista que voltava ao trono com segurança.

Mais do que um Álbum

Se Bad tivesse sido lançado por outro artista, seria logo chamado de obra-prima. Mas o peso do passado — do sucesso inigualável de Thriller — ainda pairava no ar. Mesmo assim, Michael não hesitou. Ele arriscou. E venceu. Aquilo não fez história por acaso: foi pensado, suado, ousado.

Não era repetição. Era um novo ciclo. Um artista que soube esperar o tempo certo para avançar — e que, nesse tempo, soube ouvir o mundo. Foi mais que um disco. Foi um manifesto de retorno. Um ato de coragem. Um grito que dizia: “Ainda estou aqui. E ainda sou o melhor.” O álbum abriu caminho para uma nova década, uma nova era pop. E mais: reafirmou Michael como o artista mais influente da geração.

O Legado Incontestável de “Bad”

Com Bad, Michael Jackson não apenas sobreviveu ao próprio sucesso — ele o superou. Mostrou ao mundo que não era um fenômeno passageiro. Era um artista de verdade, completo, em constante transformação. E, mais importante, mostrou que o silêncio também pode ser parte da música. Quando ele voltou a cantar, o mundo ouviu — e entendeu o recado.