O perfeccionismo de Michael Jackson, uma característica que definiu sua carreira desde os primeiros dias de sucesso, encontrou sua máxima expressão durante a produção do álbum Invincible. Inicialmente previsto para ser lançado em 9 de novembro de 1999, o álbum acabou sendo repetidamente adiado, frustrando os fãs e colaboradores.
O Rei do Pop estava profundamente envolvido em cada detalhe, em busca de algo que ele considerava genuíno, talvez até sua última grande obra. Em entrevistas, ele revelou que estava colocando seu coração e alma nesse projeto, o que tornava cada decisão, cada nota e cada colaboração, uma questão de vida ou morte artística.
A produção de Invincible se espalhou por estúdios ao redor do mundo, com Michael gravando em lugares como Montreux, Suíça, Norfolk, Virgínia, e The Hit Factory em Miami. A lista de colaboradores era impressionante, incluindo nomes como Teddy Riley, Dr. Freeze, Babyface, R. Kelly, Lenny Kravitz, e muitos outros. Mas o grande destaque foi Rodney Jerkins, um jovem produtor que Jackson via como essencial para a criação de um som novo e futurístico.
Jerkins, fascinado pela oportunidade, encontrou em Jackson um mentor exigente, alguém que não aceitava menos do que a perfeição e que estava disposto a refazer tudo do zero se não estivesse satisfeito com o resultado.
Essa busca incessante pela inovação e qualidade fez com que Michael Jackson passasse anos trabalhando em Invincible, e não foram poucos os desafios encontrados pelo caminho. A pressão era imensa, não apenas dos fãs e da gravadora, mas principalmente de Jackson para consigo mesmo.
A dedicação quase obsessiva resultou em jornadas de trabalho que chegavam a 18 horas por dia, com Jackson empurrando Jerkins e outros colaboradores ao limite. Mesmo diante de tantas adversidades, a equipe continuava a produzir músicas que, nas palavras de Jerkins, eram como nada que o mundo já havia ouvido antes.
Apesar de todo o esforço e das dezenas de músicas gravadas, muitas faixas excepcionais ficaram de fora do álbum final. Michael, em sua busca por perfeição, sacrificou canções que poderiam facilmente ter se tornado sucessos.
O atraso no lançamento de Invincible se estendeu até o verão de 2001, quando, finalmente, sob enorme pressão, Jackson escolheu as 16 faixas que comporiam o álbum. A expectativa era alta, e os executivos da Sony e da Epic estavam confiantes de que o álbum seria um marco na carreira de Jackson, comparando-o até mesmo ao icônico Thriller.
Quando Invincible finalmente foi lançado em outubro de 2001, a recepção foi mista, mas Michael Jackson provou, mais uma vez, seu poder de cativar e surpreender. No mesmo período, ele subiu ao palco do Madison Square Garden para celebrar seus 30 anos como artista solo, em um show que reuniu lendas e jovens estrelas da música e do cinema. Jackson, aos 43 anos, mostrou ao mundo que ainda era capaz de dominar o palco como poucos.
Embora Invincible não tenha alcançado o mesmo impacto comercial de seus álbuns anteriores (devido ao boicote da gravadora), ele permanece como um testemunho da dedicação e do perfeccionismo de Michael Jackson, um artista que nunca parou de desafiar a si mesmo e aos outros em busca da perfeição: