Em 1995, Michael Jackson já não era apenas um astro da música, ele era uma entidade cultural capaz de reescrever as regras do entretenimento. Ao preparar o lançamento do ambicioso “HIStory: Past, Present & Future, Book 1“, a Sony Music buscava uma estratégia de marketing à altura de sua grandiosidade. Quando questionado sobre como promover o álbum de forma impactante, Michael respondeu com uma sugestão tão ousada quanto sua própria trajetória: “Construam uma estátua minha.”
O pedido não era uma metáfora. Michael queria sua imagem eternizada em monumentos gigantes espalhados pelo mundo. A gravadora levou a ideia a sério e encomendou nove imponentes estátuas de aproximadamente nove metros de altura, construídas com aço e fibra de vidro. A imagem escolhida para esses monumentos remetia a um líder revolucionário: trajes militares, pose firme e olhar desafiador. Era a personificação visual de “HIStory”, um álbum que misturava celebração, indignação e triunfo.
As estátuas foram estrategicamente posicionadas em cidades europeias, como Londres, Paris, Berlim e Praga. Cada uma delas parecia emergir de forma enigmática, sem grandes anúncios prévios, gerando espanto e admiração.
A campanha se estendia além das estátuas. Comerciais de TV, trailers cinematográficos e até um navio navegando pelo Rio Tâmisa reforçavam a sensação de que algo grandioso estava por vir. O impacto foi estrondoso: “HIStory” se tornou o álbum duplo mais vendido da história, consolidando-se como um marco na carreira do artista. O mundo da música jamais havia testemunhado uma promoção tão extravagante e teatral.
Para Michael, a campanha das estátuas não era apenas publicidade, mas um reflexo de sua missão artística. Ele sempre buscou transcender o comum, quebrar paradigmas e redefinir a conexão entre arte e público. Ao transformar sua imagem em monumentos colossais, ele não apenas promovia um álbum — ele se inscrevia na memória coletiva como uma lenda viva, um ícone cultural que merecia ser esculpido na eternidade.
Hoje, a ousadia dessa campanha ainda ressoa como um dos momentos mais extraordinários da indústria fonográfica. Michael Jackson não apenas lançou um álbum; ele ergueu um império visual e simbólico que reforçou sua posição como o maior artista de sua geração. O Rei do Pop não se contentava com discos de platina — ele queria estátuas, e as teve. Afinal, gênios não pedem licença para serem imortalizados, eles simplesmente se tornam imortais.