Michael Jackson e Thriller: o ano era 1982 e a música pop nunca mais foi a mesma

Mesmo longínqua, a década de 1980 continua a ser influente na cultura popular. Particularmente na música, por esses anos ganhavam forma novas ideias, surgiam bandas— e consagrava-se o nome de Michael Jackson como verdadeiro Rei do Pop. Numa viagem a 1982, quatro décadas depois, o álbum Thriller se consolidou de vez no cenário da música.

Tudo começou em abril de 1982, quando Michael se juntou a Quincy Jones, renomado produtor e arranjador, para trabalhar no sucessor de Off The Wall. Ali começava o que viria a ser, até os dias atuais, o maior reinado da história do pop. Com Thriller, Jackson não mudou apenas a história da música, mas da indústria. Ao todo, Jones, Rod Temperton e ele tinham mais de 30 canções. Logo nas primeiras reuniões, algumas foram cortadas e chegou-se a nove faixas.

Cada canção do trabalho não teria que ser apenas boa, por isso o padrão foi o mais alto possível, o que acabou dificultando um pouco as gravações e a pós-produção — tudo deveria estar perfeito para Michael Jackson. Com uma quantia muito satisfatória do selo para gravar o trabalho, ninguém poupou dinheiro na hora de contratar os melhores músicos, produtores e engenheiros de som. Ninguém tinha ideia, mas ali começava um pouco do que viria ser o cantor nos próximos trabalhos: rios de dinheiro rolando.

A primeira canção a ser gravada foi “The Girl is Mine”, que contou com a colaboração de Paul McCartney — tempos depois, o ex-beatle acabou sendo passado para trás pelo então amigo na compra dos direitos das músicas de sua antiga banda.


Outra participação ilustre foi a presença de Eddie Van Halen em “Beat It”. De férias e entediado, o guitarrista do Van Halen foi convidado por Quincy para tocar, porém, pensando que era um trote, xingou o renomado produtor de imbecil. Jones insistiu e obteve uma resposta positiva, e o disco ganhou um dos riffs mais conhecidos da história da música. Eddie não foi creditado e não ganha nada pelos direitos autorais — opção dele, diga-se.

A mudança de postura de Jackson foi tanta, que ele abandonou o antigo visual e ganhou uma cara moderna para o que se via na época. Outra coisa importante foi a mudança musical que aconteceu entre um disco e outro, e fica claro que Off The Wall e Thriller são completamente opostos. Enquanto um é mais romântico, o sexto álbum de estúdio do Rei do Pop ganhou tons mais escuros para transformá-lo em astro do pop.

Concluído no início de novembro de 1982, o álbum foi colocado nas lojas no final daquele mês. No auge das vendas, Thriller vendia um milhão de cópias por semana, e sete singles chegaram ao primeiro lugar das paradas — sendo um substituído pelo outro. Naquele ano, não existia uma pessoa no mundo que não conhecia Michael Jackson, e se não conhecia, passou a conhecer. Até hoje, com o aumento do poder de consumo de tudo mais, nenhum outro artista conseguiu superar as marcas de Thriller — o álbum mais vendido na história, que ainda vende 130 mil cópias por ano.

Além dos números impressionantes nas vendas, Jackson também inovou em outra coisa: nos clipes. Com a MTV ainda pequena nos Estados Unidos, não existia demanda e a emissora suplicava aos artistas que gravassem alguma coisa para preencher a programação. Também com uma quantia absurda da gravadora, ele não poupou esforços para fazer história. E fez.

“Beat It” e “Billie Jean” já teriam sido suficientes para alterar o patamar das coisas, mas os envolvidos foram além: o épico curta-metragem de “Thriller” é de uma qualidade absurda, e a coreografia dos zumbis dançando é imitada e revista até os dias atuais. Enfim, o ano era 1982 e a música pop nunca mais foi a mesma.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *