Michael Jackson, passeou, de helicóptero pelos diversos pontos turísticos da cidade do Rio de Janeiro
O passeio de Michael Jackson de helicóptero pela cidade transformou-se numa aventura para os ocupantes dos cinco aparelhos envolvidos -dois levaram Jackson e seus convidados e três, jornalistas. Durante a meia hora que durou o passeio, os cinco pilotos trocaram xingamentos nervosos pelos rádios. Aflitos, eles temiam que pudesse acontecer um acidente.
“Sai de cima de mim, você vai me derrubar”, gritou um, nervoso, quando os três helicópteros com jornalistas esperavam, sobre o Forte de Copacabana, a decolagem de Jackson. “Agora sai pra lá que é minha vez de ficar perto dele”, gritou outro, quando o helicóptero que transportava Jackson sobrevoava o morro Dona Marta.
Encantado com a igreja da Candelária e com o arsenal de Marinha, logo em frente, Jackson pediu que o piloto parasse. Tumulto. Os outros quatro pilotos, assustados, temiam pela parada sobre a área militar.
Novo susto ao sobrevoar o morro da Providência, atrás da Central do Brasil (centro), no caminho para o Sambódromo. “Aqui eles (os traficantes) não gostam de brincadeira. Avisa aí pro homem”, pediu um dos pilotos. A aventura prosseguiu quando Jackson pediu para sobrevoar a favela da Rocinha. Os cinco helicópteros fizeram rasantes sobre a favela, assustando os moradores. Depois da Rocinha, o alívio. “O homem pediu para voltar. Ele agora quer fazer compras. Até que enfim”, disse o piloto que transportou o cantor.
Folha de São Paulo, fevereiro de 1996