Em 2 de julho de 1984, os Jacksons lançaram “Victory”, seu décimo quinto álbum de estúdio, marcando um momento de grande expectativa após o sucesso estrondoso de Michael Jackson com “Thriller“. Em um cenário onde o mundo ainda vibrava com a reunião dos Jackson 5 no histórico Motown 25, Yesterday, Today and Tomorrow, a volta dos irmãos para gravar juntos prometia muito.

Embora não oficialmente separados, a ascensão de Michael como astro solo levantava questões sobre o futuro do grupo. Os esforços anteriores, como “Destiny” (1978) e “Triumph” (1980), mostraram um grupo amadurecendo artisticamente, especialmente com os marcos de Michael em “Off The Wall” (1979) e “Thriller“. A esperança era de que os sucessos continuassem e a banda se fortalecesse.

No entanto, “Victory” acabou se tornando mais uma amostra de álbuns solo do que um esforço coeso. Cada irmão teve seu momento, mostrando seus talentos individuais, mas a falta da liderança central de Michael se refletiu na falta de coesão do álbum. Canções de boa a ótima qualidade foram entregues, mas as divisões internas já eram perceptíveis, transformando o álbum em um triunfo do individualismo em vez de uma vitória da união familiar.

Michael contribuiu com duas faixas significativas: o sucesso “State of Shock“, originalmente gravado como dueto com Freddie Mercury e lançado com Mick Jagger, e a melancólica “Be Not Always“. Ele também deixou sua marca sublime nas adlibs de “Wait” de Jackie. Para os fãs esperando por uma continuação de “Thriller” ou “Triumph”, “Victory” ofereceu apenas metade desse desejo.

Os outros irmãos também deixaram suas marcas: Randy com a balada “One More Chance” e Tito com o funk “We Can Change The World“, mostrando uma diversidade surpreendente. No entanto, a ausência de uma faixa de dança ao estilo “Thriller” e o desafio de unir estilos musicais diversos prejudicaram a coesão do álbum.

Embora “Victory” tenha vendido bem e obtido sucesso nas paradas, foi ofuscado por lançamentos simultâneos como “Purple Rain” de Prince e “Born In The U.S.A.” de Bruce Springsteen. Curiosidades como a falta de vídeos musicais para singles importantes e a não inclusão de músicas do álbum na turnê dos Jacksons destacam como “Victory” muitas vezes é negligenciado no legado dos Jacksons.

Em resumo, “Victory” não é um álbum ruim, mas sim uma oportunidade perdida para os Jacksons. Cada faixa pode ser apreciada isoladamente, mas juntas, elas não conseguem capturar a magia esperada. Para os fãs e críticos, é um lembrete de como o talento individual pode às vezes obscurecer o potencial de um esforço coletivo. Este aniversário de 40 anos de “Victory” nos convida a revisitar um capítulo intrigante na saga dos Jacksons, onde talento e individualidade se encontram em uma encruzilhada musical.

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por Andy Healy

4 Comments

  1. Eu obtive este disco como todos os demais before and after.Enfim,todos.Como virei fã incondicional de todos eles,acho algumas identidades nas vozes ou seja sempre ocorre em algumas cançoes algumas semelhanças de todos os Jacksons,inclusive a Janete.Eu dou nota 10 para Victory.Gosto muiiiiito.Até+

  2. Comenta-se que foi um álbum que o Michael não queria gravar e uma turnê da qual ele não desejou participar. Realmente é um álbum sem unidade sem o esforço do Michael nas contribuiças para as demais faixas. Comparado a Triumph, na minha opinião o melhor álbum dos jacksons, ele deixa a desejar, valendo mais pelo momento histórico que o grupo vivia e como item de colecionador.

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