“Do the Bartman”: Como Michael Jackson Transformou Os Simpsons em Estrelas da Música

No auge dos anos 90, dois gigantes da cultura pop se encontraram em uma colaboração inesperada que deixou uma marca indelével na história da música e da televisão. De um lado, Michael Jackson, o incontestável Rei do Pop, e do outro, Os Simpsons, a série animada que já conquistava o mundo com seu humor ácido e personagens carismáticos. Essa união não apenas trouxe à tona um dos álbuns mais memoráveis da época, mas também solidificou a influência de Jackson em esferas além da música.

Em dezembro de 1990, quando Os Simpsons já eram o desenho animado mais popular do planeta, surgiu a ideia de lançar um álbum musical baseado na série. A proposta foi feita pela Geffen Records aos co-criadores Sam Simon, Jim Brooks e Matt Groening, que, embora intrigados, sabiam que precisariam de algo extraordinário para transformar a ideia em sucesso. Foi então que Michael Jackson, já fã declarado da série, se ofereceu para colaborar, dando início a um projeto que se tornaria histórico.

A conexão entre Jackson e Os Simpsons não foi apenas um golpe de sorte; foi a junção de dois fenômenos culturais no auge de suas popularidades. “The Simpsons Sing The Blues” nasceu da visão de Jackson, que trouxe seu talento e expertise para o estúdio, ao lado do co-produtor Bryan Loren. Juntos, eles criaram “Do the Bartman”, uma faixa que capturou a essência do personagem Bart Simpson e, ao mesmo tempo, trazia o inconfundível toque de Michael Jackson.

O sucesso de “The Simpsons Sing The Blues” foi imediato. Lançado no final de 1990, o álbum rapidamente escalou as paradas, alcançando a posição #3 na Billboard 200 e se tornando um fenômeno mundial, com vendas superiores a 2 milhões de cópias. O sucesso não se deu apenas pela popularidade dos personagens amarelos, mas pela magia que Jackson adicionou ao projeto, elevando-o a um patamar que poucos esperavam.

John Boylan, o produtor do álbum, relembra como a presença de Jackson foi crucial para o sucesso: “Os Simpsons estavam no auge, vendendo centenas de milhares de camisetas do Bart semanalmente. Mas o que realmente fez a diferença foi a entrada de Michael Jackson no projeto. Ele trouxe não apenas uma música, mas uma visão que transformou o álbum em um marco cultural.”

Sem a participação de Michael Jackson, é difícil imaginar que o álbum teria alcançado o mesmo nível de sucesso. Sua influência foi além das canções; ele trouxe aos Simpsons uma legitimidade musical que reforçou sua posição como ícones da cultura pop. Hoje, mais de três décadas depois, “The Simpsons Sing The Blues” permanece como um testemunho da genialidade de Jackson e de como ele ajudou a redefinir os limites entre a música e a televisão.

No entanto, anos mais tarde, essa colaboração icônica seria manchada pela hipocrisia dos produtores de Os Simpsons. Em 2019, após o lançamento de um documentário controverso sobre alegações de abuso sexual contra Jackson, os produtores decidiram remover o episódio em que Michael havia participado, tentando desvincular sua imagem da série. O tempo passou e a verdade prevaleceu. Agora, ironicamente, os mesmos produtores que tentaram apagar sua contribuição voltam a divulgar o artista que lhes trouxe fama na música. A memória de Michael Jackson permanece intacta, e sua influência na série e na cultura pop é inegável, mesmo diante de tantas tentativas de apagá-la.

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