Michael Jackson, amplamente reconhecido como o maior artista de todos os tempos, não apenas redefiniu a música pop, mas também estabeleceu padrões inalcançáveis em termos de popularidade e inovação. Sua carreira, marcada por sucessos estrondosos e recordes insuperáveis, continua a ser um marco na história da música mundial. No entanto, à medida que novos artistas surgem e reivindicam espaços no cenário musical, há uma crescente discussão sobre o legado de Jackson, muitas vezes distorcida por uma conotação racial velada.
Entre os muitos feitos do Rei do Pop, um dos mais emblemáticos foi sua histórica série de shows no Estádio de Wembley, em Londres, durante a turnê “Bad” em 1988. Jackson não apenas lotou o estádio, mas estabeleceu um recorde ao realizar sete shows esgotados para um público total de 504 mil pessoas. Esse feito monumental lhe garantiu um lugar no Guinness Book e o reconhecimento como o artista mais bem-sucedido a se apresentar no icônico estádio em seus 78 anos de história. Em 2002, Jackson foi homenageado pela administração de Wembley com um troféu, reforçando seu status de lenda.
A demanda por ingressos para esses shows foi tão intensa que, segundo estimativas, Jackson poderia ter lotado 15 apresentações, atraindo mais de 1 milhão de pessoas. Esse feito extraordinário não apenas consolidou seu domínio no cenário musical, mas também sublinhou a força de sua presença global, algo que poucos artistas, se é que algum, conseguiram replicar.
No entanto, à medida que o tempo passa, há uma tendência perturbadora de desconsiderar ou reescrever esses marcos em favor de narrativas mais recentes.
Recentemente, notícias afirmam que a cantora Taylor Swift quebrou o recorde de apresentações e de público de Michael Jackson em Wembley. Essas alegações, no entanto, levantam questões importantes. Primeiro, o estádio onde Jackson realizou seus shows foi demolido em 2001, e qualquer comparação direta com a nova arena ignora o contexto histórico e as circunstâncias do recorde original. Além disso, a tentativa de reescrever a história dessa maneira reflete uma dinâmica racial que ainda permeia a cobertura midiática.
A mídia, predominantemente controlada por interesses de grupos brancos, frequentemente coloca artistas brancos em posições que minimizam ou até apagam os feitos históricos de artistas negros.
No caso de Michael Jackson, essa tendência é particularmente evidente.
A cada nova alegação de que um artista quebrou um de seus recordes, há uma diminuição implícita do impacto cultural e do contexto em que esses recordes foram estabelecidos. Isso não apenas desrespeita o legado de Jackson, mas também perpetua uma narrativa que privilegia artistas brancos em detrimento de seus pares negros.
É fundamental que, ao discutirmos o legado de Michael Jackson, o façamos com precisão e respeito ao contexto histórico. Seus recordes, muitos dos quais permanecem inquebráveis, foram conquistados em uma era diferente, sob circunstâncias que não podem ser comparadas diretamente com os padrões atuais. A tentativa de obscurecer esses feitos, seja por ignorância ou por design, é um desserviço não apenas a Jackson, mas também à história da música.
O legado de Michael Jackson vai além de seus números impressionantes; ele está enraizado em sua capacidade de quebrar barreiras e redefinir o que significa ser um ícone global. Sua influência transcende gerações, e qualquer tentativa de reescrever essa história deve ser vista com ceticismo e criticada por seus vieses implícitos.
Recordes podem ser quebrados, mas o impacto cultural de Michael Jackson é, e sempre será, inigualável.
Assista na íntegra ao show Michael Jackson – Live At Wembley (July 16, 1988):