Na noite de 27 de junho de 1992, o Estádio Olímpico de Munique virou o epicentro da Terra. Às 20h em ponto, o mundo conheceu pela primeira vez o poder avassalador da Dangerous World Tour. Era como se o tempo tivesse sido dobrado por Michael Jackson: 75 mil almas em uníssono, respirando, gritando e chorando diante do homem que personificava a música, a dança e a performance como ninguém jamais fez. A imagem capturada naquele instante não era apenas uma foto. Era o nascimento visual de uma era.
Michael emergiu no palco em silêncio. Um silêncio que gritava. Vestido com uma jaqueta preta cravejada de cintos dourados — um figurino que mais tarde se tornaria icônico — ele parecia uma entidade fora do tempo. Quando os primeiros acordes de “Jam” explodiram nos alto-falantes, o estádio tremeu. Era a primeira vez que o mundo veria aquela canção ser performada ao vivo. E não era apenas uma coreografia impecável ou um espetáculo de luzes: era uma declaração.
A Dangerous World Tour não era apenas uma série de shows. Era um evento global com proporções de guerra santa. Mais de 100 toneladas de equipamentos cruzaram oceanos, fronteiras e culturas, levando luzes, palcos hidráulicos e uma equipe colossal por 69 cidades ao redor do mundo. Europa, Ásia e América Latina sentiram o terremoto artístico que Michael provocava. No fim da jornada, mais de 3,5 milhões de pessoas haviam sido tocadas por aquele vendaval de som e fúria coreografada.
Mas é aquela imagem — Michael no meio da fumaça, braços erguidos, olhos incendiados, com 75 mil vozes aos seus pés — que se tornou o marco inicial de tudo. Uma imagem que congela não apenas um momento, mas o sentimento de estar diante de algo inexplicável.
E graças aos registros, tanto amadores quanto profissionais, essa performance de “Jam” segue viva. Pode ser assistida, relembrada, estudada. Mas, acima de tudo, pode ser sentida:
