Entrevista com Vincent Paterson: “Era só trabalho duro... e muita risada.” | MJ Beats
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Entrevista com Vincent Paterson: “Era só trabalho duro… e muita risada.”

Entrevista de Vincent Paterson cedida à MJ Friends Brasil em 30 de Abril de 2025.


A estreia ao lado do Rei do Pop

MJ Friends:
Como foi trabalhar com Michael Jackson pela primeira vez, e qual foi o impacto disso na sua carreira?

“O primeiro trabalho com Michael foi em Beat It. Ele era tímido e muito doce. Me escolheu porque eu dançava bem e estava vestido como um membro de gangue.”

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O ano era 1983. O clipe de Beat It reunia dançarinos profissionais e verdadeiros membros de gangues de Los Angeles. Paterson foi escalado como o líder de uma das facções fictícias — e isso deu início à sua jornada ao lado de Michael.
Com o sucesso do videoclipe, ele recebeu convites para dançar com artistas como Diana Ross e Olivia Newton-John, e logo passou a coreografar produções completas.

“Nos divertimos muito nos ensaios e nas gravações. Depois disso, recebi vários convites… e comecei a coreografar videoclipes.”


O desafio criativo em Smooth Criminal

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MJ Friends:
De todas as coreografias que você criou com Michael, qual foi a mais elaborada e difícil de executar?

Smooth Criminal foi meu trabalho preferido. Eu montava tudo enquanto ele finalizava o álbum. Gravava os ensaios em vídeo e levava até a casa dele.”

Foi nesse processo que nasceu uma das coreografias mais emblemáticas da história da música.
Segundo Vincent, Michael sempre pedia “mais”: mais música, mais dançarinos, mais intensidade. Mas sem perder o espírito colaborativo.

“Nada com Mike era difícil. Sempre foi uma alegria. Muito trabalho e muita risada.”


A dualidade: Michael, pessoa e artista

MJ Friends:
Como você descreveria o Michael pessoa em comparação ao Michael artista? Quais são suas percepções sobre esses dois lados?

“Michael era doce, gentil e tímido fora dos palcos… mas quando a música começava, era um gênio criativo — um monstro.”

Vincent fala dessa transformação com admiração genuína:

“Quando você dançava ao lado dele, sentia faíscas saindo do corpo. Nunca conheci alguém assim.”

“Responder isso daria outro livro, haha…”


E hoje, o que move Vincent Paterson?

MJ Friends:
Ao longo da sua carreira, você atuou como dançarino, coreógrafo e diretor. Sente-se realizado ou ainda tem projetos que deseja realizar?

“Não estou aposentado. Continuo sendo criativo.”

Ele participa de podcasts sobre seu livro, ensina dança e atuação (inclusive coreografias como Thriller), dirige eventos beneficentes em Los Angeles e, em 2026, deve assumir a direção de um novo musical de grande porte na Europa.

“Gosto de trabalhar, mas também amo viajar e caminhar longamente com René e nosso cachorro, Zucchini.”



Contribuições históricas

Além das coreografias para clipes como The Way You Make Me Feel, Black or White e Blood on the Dance Floor, Vincent também participou de momentos históricos ao vivo:

  • Especial MTV 10 anos
  • Grammy Awards
  • Super Bowl XXVII (1993)
  • Direção coreográfica da turnê BAD

Ele também colaborou na concepção do famoso “The Lean”, movimento de inclinação desafiando a gravidade, eternizado em Smooth Criminal.


Extras biográficos e livro Icons & Instincts

Vincent Paterson lançou sua autobiografia Icons & Instincts em 2022. No livro, ele revela bastidores de sua vida profissional e pessoal, inclusive os desafios de crescer em uma família violenta, a descoberta tardia da dança e os bastidores ao lado de Michael, Madonna, Björk, entre outros.

Ele defende publicamente o reconhecimento formal do trabalho de coreógrafos, afirmando que muitos dos movimentos que viralizam ou se tornam parte da cultura pop permanecem sem créditos — inclusive alguns usados por Michael que viraram até recurso em videogames.


🔍 Transparência editorial

Este artigo foi produzido com base na entrevista publicada pelo MJ Friends Brasil, sem alterações nas falas de Vincent Paterson. As informações complementares incluídas — como dados biográficos, referências a outras entrevistas e trechos do livro Icons & Instincts — foram adicionadas para fins de contexto, sempre com o objetivo de valorizar a memória e a obra de Michael Jackson e de quem esteve ao seu lado.