Você sabia que Michael Jackson quase estrelou um desenho com o Mickey?

Em meados da década de 80, quando Michael Jackson já havia conquistado o mundo com sua música, dança e estética revolucionária, ele nutria outro grande sonho: contracenar com Mickey Mouse, o símbolo máximo da cultura pop infantil e da imaginação americana.

Na época, o curta-metragem Captain EO estreava nos parques da Disney com o astro no papel principal, enquanto o filme Moonwalker começava a ganhar forma nos bastidores. Entre esses dois marcos, Jackson tentava dar vida a uma ideia ousada: unir o poder do seu toque mágico com a ternura do camundongo criado por Walt Disney.

A inspiração vinha de longe. Em 1945, Gene Kelly, ícone do cinema musical, tentou realizar essa mesma façanha no filme Anchors Aweigh, quando chegou a conseguir autorização para interagir com Mickey. Contudo, a Disney voltou atrás, e Kelly foi forçado a adaptar sua cena com o rato Jerry, de Tom & Jerry.

Décadas depois, Michael Jackson quis retomar esse sonho interrompido — e, desta vez, contratou pessoalmente um artista da Disney para criar um storyboard onde ele e Mickey dançariam juntos, num espetáculo de fantasia, música e animação. O projeto mergulhava na estética encantadora de Fantasia e Música, Maestro! — clássicos que encantaram Michael desde a infância.

No roteiro visual, Michael dizia às crianças que era hora de dormir, quando seu toque mágico dava vida aos brinquedos. Mickey, que até então era apenas um boneco de pelúcia, ganhava movimento, e juntos dançavam por cenários etéreos, iluminados pela imaginação pura e deslumbrante de Jackson. Era um tributo ao cinema musical, à infância, e à amizade entre dois ícones que, mesmo vindos de mundos diferentes, pareciam feitos um para o outro.

Mas o encantamento encontrou uma barreira inesperada: o preço da mágica. Michael Eisner, CEO da Disney à época, se recusou a flexibilizar os custos de licenciamento da imagem de Mickey Mouse. A decisão surpreendeu o Rei do Pop, que havia acabado de estrelar um projeto oficial do estúdio e esperava uma parceria mais generosa. Apesar das conversas entre seus advogados e os representantes da Disney, os termos financeiros nunca chegaram a um consenso. O sonho, assim como Mickey no final do storyboard, voltou a ser apenas um brinquedo sem vida.

Essa recusa, no entanto, não apagou a centelha criativa de Michael. Com o projeto arquivado, ele voltou suas energias para Moonwalker, onde continuaria explorando a fusão entre animação e performance ao seu modo. Ainda assim, entre seus inúmeros projetos interrompidos, esse talvez seja o mais simbólico: a tentativa de unir a música mais influente do século com o personagem mais querido do planeta. Era arte pela arte, sem outro objetivo além de encantar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *