No show de estreia da tão esperada Cowboy Carter Tour, Beyoncé exibiu um vídeo emocionante ao som de I Wanna Be Where You Are, com cenas de grandes ícones e um momento especial em que ela aparece abraçando ninguém menos que Michael Jackson, o eterno Rei do Pop.

Beyoncé nunca escondeu sua admiração por Michael. Desde os tempos de Destiny’s Child até sua era solo triunfante, ela sempre reverenciou a genialidade que ele entregou ao mundo. É por isso que seu sucesso nunca foi apenas talento. É também humildade. Em um mundo onde tantos correm para apagar as pegadas dos grandes, Queen B escolheu andar sobre elas — com respeito, reverência e consciência artística.

É curioso, porém, como mesmo diante de um gesto tão bonito, os ânimos entre os fãs mais exaltados não esfriaram. A homenagem que deveria unir gerações parece ter acendido ainda mais o rancor de uma minoria barulhenta. Afinal, para mentes pequenas, a admiração entre dois titãs soa como ameaça, nunca como honra. Como se o reconhecimento de um apagasse o brilho do outro.

Mas Beyoncé sabe que grandeza não é competição, e sim comunhão. Quando ela homenageia Michael, não está dizendo que quer ocupar o seu trono — mas que entende o peso de cada coroa. Porque para artistas verdadeiramente gigantes, não existe ego, só legado. E legado se respeita, se carrega e se expande.

O que poucos entendem é que Beyoncé não quer ser “a nova Michael Jackson”. Ela quer ser Beyoncé — e isso, por si só, já é imenso. Mas ela sabe que nenhum império se ergue sem pilares, e Michael foi um dos maiores. Ela não nega a influência, ela a celebra. E isso a torna ainda mais única.

Infelizmente, vivemos uma era onde parte do público prefere alimentar rivalidades a reconhecer admirações. A polarização entre “Moonwalkers” e “Beyhive” diz mais sobre a carência afetiva dos fãs do que sobre os artistas em si. Beyoncé e Michael não disputam o topo — eles constroem, juntos, a montanha.

No fim, talvez esse vídeo de Beyoncé abrindo os braços para Michael seja justamente o que muitos recusam enxergar: a imagem de duas eras que se respeitam, se encontram e se abraçam. Uma lição visual, emocional e artística. Mas, como toda boa arte, só compreende quem tem coração e mente abertos.

E, convenhamos, esse é um luxo que nem todo fã pode se dar.