Michael Jackson e Buz Kohan: uma amizade leal e musical

No universo do entretenimento, onde cada projeto é moldado por mãos invisíveis, poucos tiveram o privilégio de se aproximar de uma lenda como Michael Jackson. Um desses raros indivíduos foi Alan “Buz” Kohan, um roteirista e produtor talentoso que, nascido no Bronx, em 1933, percorreu um longo caminho até se tornar um dos principais nomes da televisão americana.

Com uma carreira que começou com animações e evoluiu para parcerias com artistas de renome, Buz provou, desde o início, que compreendia profundamente a alma por trás do espetáculo.

O encontro entre Buz e Michael Jackson não foi apenas mais uma colaboração profissional. Era 1971 quando o destino os uniu pela primeira vez, no especial de TV Goin’ Back to Indiana, da Motown. Um jovem Michael, já com o brilho de uma estrela promissora, encontrou em Buz um aliado silencioso, mas crucial, que sabia como capturar sua essência. A partir dali, nasceu uma relação de confiança que duraria décadas, transcendendo os limites das câmeras e palcos.

Buz, com sua habilidade única de transformar a magia da tela em emoção genuína, compreendeu desde o primeiro momento o gênio em ascensão que Michael Jackson estava destinado a ser.

A colaboração entre esses dois gigantes não se limitou a programas de TV. Em 1983, no lendário especial Motown 25, foi Buz quem escreveu a introdução para um dos momentos mais icônicos da história da música: o primeiro moonwalk de Michael Jackson ao som de Billie Jean. Com suas palavras cuidadosamente elaboradas, ele preparou o público para algo que ninguém poderia prever: um passo de dança que mudaria a cultura pop para sempre.

E Buz estava lá, nos bastidores, testemunhando não apenas um movimento físico, mas o nascimento de um mito.

A lealdade entre eles ultrapassou os momentos de glória. Quando Sammy Davis Jr., um dos maiores artistas que o mundo já viu, estava em seus últimos dias, foi Buz quem reuniu Michael Jackson para homenageá-lo em um especial de TV em 1989.

Michael, emocionado pela amizade e respeito que nutria por Sammy, cantou You Were There, uma canção que Buz ajudou a conceber. A performance foi um tributo não apenas a Sammy, mas também ao vínculo profundo que unia Michael e Buz:

Ao longo dos anos, a parceria entre Michael e Buz se estendeu para além das telas. Juntos, criaram músicas que revelavam o lado mais sensível de Jackson, como Gone Too Soon, uma homenagem ao jovem Ryan White. Nesse tributo, Buz ajudou Michael a expressar sua dor pela perda, refletindo sobre a fragilidade da vida e a importância do amor. Era uma expressão artística pura, nascida da compreensão mútua entre dois homens que compartilhavam uma sensibilidade única em relação ao mundo ao seu redor.

A relação entre Buz Kohan e Michael Jackson é um testemunho de lealdade, arte e compreensão. Buz não apenas acompanhou o Rei do Pop em seus momentos mais gloriosos, mas também compreendeu a profundidade do ser humano por trás da fama.

Até o fim, Buz permaneceu próximo, discreto e íntegro. Ele sabia que Michael não era apenas um ícone, mas um indivíduo complexo, com um coração cheio de amor e vulnerabilidade.

E foi essa compreensão que fez de Buz Kohan mais do que um colaborador: ele foi uma das poucas pessoas que realmente souberam entender o artista inigualável que foi Michael Jackson.

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