Por Andréa Luisa Bucchile Faggion;
Originalmente publicado na coluna “Amém”, Edcyhis (Abril de 2002);
Republicação adaptada pela MJ Beats.
Nenhum artigo poderia soar mais banal no momento do que aqueles que começam com frases do tipo:
“Michael Jackson vai lançar ‘Unbreakable’. Mas será que ele é mesmo ‘unbreakable’?”
Em resposta a tamanha falta de criatividade, qualquer fã poderia retrucar com segurança:
“Enquanto Thriller for Thriller, Michael Jackson será Michael Jackson.”
Ou seja: enquanto Thriller continuar sendo o álbum mais vendido de todos os tempos — portanto, o mais popular do mundo —, Michael Jackson seguirá sendo o Rei do Pop, o artista mais popular que já existiu.
Mas será que os fãs se sentem confortáveis com essa situação tão conhecida de todos?
A questão é: os não-fãs afirmam que “Michael já era”.
Os fãs, por sua vez, defendem que o passado de Michael nunca será superado — por mais que novas “estrelas” com rostinhos bonitos e pouca substância tentem.
Mas… será que esse é o único argumento que resta aos fãs do suposto Rei do Pop?
Michael faz questão de nos dizer que não é assim.
Sua insistência em lançar “Unbreakable” é a prova disso.
Na letra de “Unbreakable“, Michael nos lembra que ainda é o mesmo — apesar de tudo que enfrentou.
Talvez nem precisasse dizer em palavras!
“Unbreakable” é, por si só, um clássico Michael Jackson — e perfeitamente atual.
Aliás, como todo clássico, é atemporal.
Mas um verdadeiro clássico de Michael só se concretiza quando ganha imagens.
Como um deus capaz de unir corpo e alma, matéria e espírito, Michael sempre fundiu sua música com imagens e movimentos. Foi isso que o coroou Rei do Pop.
Alguém acredita que ele teria se tornado Michael Jackson sem o dom de materializar sua música em clipes e performances ao vivo — sem jamais profaná-la?
Portanto, Michael, se você realmente quer mostrar que ainda é Michael Jackson, dê um corpo a “Unbreakable“.
Mas não nos entregue um simples clone de criações passadas — como aquele “Frankenstein” que foi o clipe de “You Rock My World”[*].
Dê a “Unbreakable” um corpo digno do Deus do Pop que você costumava ser.
E assim, prove aos críticos que você ainda é o Rei do Pop.
Isso terá muito mais força do que qualquer palavra cantada em “Unbreakable“.
[*] Este texto foi adaptado para refletir os valores e diretrizes atuais, com o objetivo de preservar sua relevância e respeito ao público contemporâneo.