Rei do rap?: A fusão de gêneros que definiu a Era Dangerous de Michael Jackson

Michael Jackson nunca foi apenas um artista pop. Ele era um mestre em explorar, recriar e transcender gêneros musicais. Para ele, a música não tinha fronteiras. Em suas próprias palavras, “música é música”, uma declaração simples, mas poderosa, que guiava sua abordagem artística.
Essa filosofia o levou a experimentar sons de diversas influências, misturando ritmos e criando novas paisagens sonoras.Um exemplo emblemático dessa liberdade criativa pode ser encontrado em “Can’t Let Her Get Away“, uma faixa do icônico álbum Dangerous:
A colaboração de Michael com o prodígio da produção Teddy Riley deu vida a uma das faixas mais dinâmicas do álbum. Riley, inspirado por seu ídolo James Brown, começou a trabalhar em “Can’t Let Her Get Away” antes mesmo de apresentá-la a Michael.

A influência de Brown, especialmente em sua música “Blues and Pants”, é palpável no ritmo incisivo da faixa. Riley confessou que queria trazer “a sombra da grandeza” do som de James Brown para a produção, uma homenagem ao Padrinho do Soul que ele conseguiu com maestria. Utilizando sintetizadores e samplers, Riley construiu uma base instrumental que, desde o primeiro momento, transporta o ouvinte para o olho de um furacão musical.

A introdução de “Can’t Let Her Get Away” é arrebatadora, como uma tempestade prestes a explodir. Em poucos segundos, batidas de bateria vigorosas, reminiscentes do início de “Sex Machine”, de James Brown, entram em cena, criando a espinha dorsal da faixa. Riley, como um alquimista sonoro, juntou todas essas influências, trazendo um frescor ao som de Michael que o levou ainda mais longe em sua jornada musical.

Rei do Rap?

O que torna essa faixa ainda mais especial é o fato de que, pela primeira vez, Michael Jackson experimentou o rap. Durante as gravações de Bad, o hip-hop ainda era um terreno inexplorado para ele, mas com Dangerous, Michael finalmente mergulhou nesse universo. Em “Can’t Let Her Get Away”, sua entrega no rap é única: fragmentada, como se sua voz estivesse sendo cortada e remixada ao ritmo da batida.

A versão estendida da faixa, vazada em 2018, revelou ainda mais dessa faceta inédita de Michael:

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