O dia em que Michael Jackson disse ‘não’ à música que se tornaria um hino com Madonna
Poucos conhecem o nome Patrick Leonard, mas todos conhecem suas melodias. Ele não apenas compôs sucessos; ele ajudou a esculpir o som que definiria uma era. Enquanto Madonna mudava de pele ao longo das décadas, Leonard era a mente por trás de sua metamorfose sonora — da introspecção de Live to Tell ao misticismo envolvente de Frozen. Entre esses clássicos está “La Isla Bonita”, uma das canções mais emblemáticas da artista, que quase seguiu outro destino.
Em uma entrevista à Boy Culture, Patrick Leonard revelou uma história surpreendente que reescreve parte da história da música pop. “La Isla Bonita”, antes de ser o hino tropical de Madonna, foi composta a pedido de Quincy Jones para ninguém menos que Michael Jackson.
A missão era clara: criar algo no estilo de Sade, algo sensual, atmosférico, mas com personalidade. Leonard aceitou o desafio e entregou a base da canção — voz guia, arranjo e a frase enigmática “Isla Bonita”.
Mas Michael não se encantou. “Oh, creio que não seja para o Michael”, disse Quincy após ouvir a demo. E foi nesse “não” que começou uma virada do destino. Leonard guardou a faixa até que, em uma tarde criativa com Madonna, mostrou-lhe a música. A reação foi instantânea. “Eu gosto disso. Vamos trabalhar nela?”, ela disse. A canção então passou por um renascimento: Madonna trouxe sua visão, reescreveu partes, moldou o refrão, e juntos reconstruíram algo mágico.
O resultado foi um single que transcendeu fronteiras. Lançada como o quinto e último hit do álbum True Blue em 1987, “La Isla Bonita” tornou-se um dos maiores sucessos internacionais de Madonna. Era diferente. Tinha um sabor latino inédito até então em sua discografia, misturando romantismo, escapismo e um toque de espiritualidade. A crítica aplaudiu. O público respondeu com paixão, colocando a faixa no topo das paradas de países como Reino Unido, Alemanha, Canadá e Suíça.
Mais do que uma colaboração, “La Isla Bonita” simboliza o poder da intuição artística. O que para um ícone não serviu, virou ouro nas mãos de outro. É também um exemplo de como Madonna — frequentemente chamada de oportunista — é, na verdade, uma coautora criativa e estratégica de seu repertório. Ao lado de Leonard, ela não apenas gravava músicas. Ela as transformava em identidade.