Espólio de Michael Jackson se pronuncia sobre IAs: "Impossível de Parar" | MJ Beats
John Branca em primeiro plano em frente a um deserto digital com imagens computacionais de Michael Jackson e relacionados. Prevalência de Azul e Rosa, Estilo "Cyberpunk 2077" nas cores e layout.

Espólio de Michael Jackson se pronuncia sobre IAs: “Impossível de Parar”

O mistério chegou ao fim – pelo menos por enquanto. Após dias de especulação sobre possíveis ações judiciais contra empresas de Inteligência Artificial pelo uso não autorizado da imagem de Michael Jackson, uma primeira posição oficial do Espólio veio à tona. E ela não veio por meio de um comunicado à imprensa, mas de uma forma muito mais direta: um e-mail para uma fã.

A resposta, enviada por “Chuck” da MJ Online Team em nome do Espólio, confirma o que muitos suspeitavam: não há qualquer autorização para o uso da imagem ou voz de Michael Jackson em aplicativos como o Sora, da OpenAI, ou qualquer outra plataforma de IA.

A Posição Oficial do Espólio

No e-mail endereçado à fã Violet, o representante do Espólio afirma que, ao receberem notificações de fãs sobre deepfakes e outros usos indevidos, eles as encaminham internamente. Contudo, a mensagem principal é um balde de água fria para quem esperava uma guerra judicial em larga escala.

O Espólio admite a dificuldade prática de combater o fenômeno:

“Infelizmente, é simplesmente impossível impedir que isso aconteça, o Estate não pode processar todos os responsáveis individualmente.”

A equipe compara a situação à luta contra o vazamento de músicas inéditas: uma vez que o conteúdo está na rede, é possível tentar removê-lo, mas ele inevitavelmente ressurge, criando um ciclo sem fim.

O Foco Muda: De Empresas para Usuários

Essa declaração muda o foco do debate. Se antes a expectativa era uma batalha legal contra gigantes como Google e OpenAI, a realidade revelada pelo Espólio é uma guerra de guerrilha contra incontáveis usuários anônimos. A tecnologia para criar deepfakes realistas está cada vez mais acessível, e processar cada indivíduo que gera um vídeo é, de fato, inviável.

A brecha na política do aplicativo Sora, que proíbe a recriação de figuras públicas vivas mas permite a de personalidades falecidas, continua sendo um ponto central. É essa distinção que abriu a porta para a enxurrada de vídeos hiper-realistas de Michael Jackson, colocando em xeque a integridade de seu legado.

O posicionamento do Espólio, embora frustrante do ponto de vista do controle de imagem, é um choque de realidade: a tecnologia avançou mais rápido que a capacidade de regulação e fiscalização. A luta, ao que parece, não será travada nos tribunais contra as empresas, mas na conscientização sobre os limites éticos da própria tecnologia.