Poucos álbuns atravessam o tempo como se estivessem blindados contra a obsolescência. Ainda menos conseguem o feito de se manterem relevantes em uma era completamente distinta daquela em que nasceram. Mas ‘Thriller’, a obra-prima lançada por Michael Jackson em 1982, continua escrevendo história em 2020, quatro décadas depois de seu lançamento original. De acordo com dados recentes do portal The Popcore, o álbum figura como o terceiro mais vendido por um artista masculino em vendas puras nesta década — algo que beira o inacreditável.

As chamadas “vendas puras”, vale lembrar, excluem qualquer contagem de streams, visualizações ou cliques. Estamos falando de pessoas que compram CDs, vinis e arquivos digitais completos, colocando dinheiro vivo para ter ‘Thriller’ em suas estantes — físicas ou digitais. E isso em um mundo onde o consumo musical é quase inteiramente digital, fragmentado e instantâneo. O que leva alguém, em 2025, a investir em um disco lançado em 1982? A resposta está na aura indestrutível de Michael Jackson.

A verdade é que ‘Thriller’ não é apenas um álbum. É um ritual cultural, uma cápsula do tempo que ainda pulsa com energia, inovação e perfeição estética. Cada faixa, da abertura com “Wanna Be Startin’ Somethin’” até o estrondo final de “The Lady in My Life”, carrega o peso de uma revolução musical. Michael não apenas cantava — ele encenava, dramatizava, transcendia o pop para criar algo novo. E é isso que o torna tão desejável ainda hoje, mesmo em tempos de playlists descartáveis e algoritmos voláteis.

Enquanto novos artistas surgem e desaparecem ao sabor das tendências, o Rei do Pop permanece inabalável, como se estivesse acima do tempo. Seu legado, longe de ser um eco do passado, se renova a cada geração. Crianças de hoje, cujos pais nasceram após o lançamento de ‘Thriller’, ainda dançam os passos icônicos de “Beat It” ou se arrepiam com os risos macabros da faixa-título. Essa longevidade artística não é coincidência — é uma conquista rara, selada pelo talento e pela visão de um artista que redefiniu o que significa ser global.

Se ‘Thriller’ ainda figura entre os líderes de vendas puras em plena era do streaming, é porque há algo ali que os dados não captam: emoção atemporal. O álbum virou símbolo de qualidade, colecionismo, história e identidade. Cada cópia vendida é quase um manifesto contra o consumo rápido — um lembrete de que a arte, quando verdadeira, é para sempre. Não importa quantos artistas surjam com seus bilhões de streams: nenhum deles, até hoje, teve o poder de repetir o impacto comercial e cultural desse disco.

Talvez por isso, ao olharmos para o futuro, uma certeza permaneça: ‘Thriller’ não é apenas o álbum mais vendido de todos os tempos — é o mais eterno também. E enquanto houver ouvidos atentos e corações que batem ao som da genialidade, o mundo continuará a comprar, ouvir e reverenciar a obra de Michael Jackson. Porque algumas lendas não envelhecem. Elas dançam.

3 Comments

  1. O álbum Thriller traz consigo a base do que é fazer musica, isso faz dele uma relíquia. Se Michael Jackson fosse uma religião,Thriller seria o livro sagrado, pois tudo o que um produtor precisa conhecer em termo de arranjos e mixagens, o Quincy Jones deixou nesse disco para ser consultado. O ano de 1982 foi de destaque para dois gênios: Steven Spielberg no cinema com ET o extraterrestre e Michael Jackson na musica com este album. Curiosamente ambos se aproximaram à época pelo fascinio por criaturas fantasticas, zumbis e homens do espaço. Até mesmo os Beatles com sua vasta discografia não conseguiram surtir o mesmo impacto com nenhum album, apenas são lembrados por certas faixas. Vamos celebrar: “Cause this is thriller, thriller night, and no one’s gonna save you from the beast about to strike…”

  2. Michael Jackson é único, é eterno, suas músicas vão ser ouvidas por todas as gerações, ele é amado como um anjo.

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