Michael Jackson e o ‘Show do Milênio’: A História do espetáculo que nunca aconteceu
Em 1999, enquanto o mundo se preparava para celebrar a virada do milênio, Michael Jackson, o Rei do Pop, planejava uma despedida épica do século.
O evento, batizado de “The Millenium Concert”, prometia ser um marco histórico. Duas apresentações consecutivas, uma em Sydney, na Austrália, e outra em Honolulu, no Havaí, seriam realizadas no intervalo de algumas horas, aproveitando o fuso horário. Mas o que parecia ser o maior espetáculo da década acabou nunca acontecendo, deixando apenas o pôster oficial como um símbolo do que poderia ter sido.
A ideia era tão grandiosa quanto o próprio Michael. À meia-noite do dia 31 de dezembro de 1999, Jackson subiria ao palco em Sydney para dar boas-vindas ao novo milênio. Assim que o concerto terminasse, embarcaria em um jato particular para atravessar o Pacífico e repetir a mágica em Honolulu, onde o relógio ainda marcaria o ano velho.
No entanto, a realidade se provou menos glamorosa. Poucos meses antes do evento, Michael Jackson desistiu do projeto. O cancelamento não foi apenas uma decepção para os fãs, mas também deu início a uma batalha judicial.
Marcel Avram, o promotor de eventos por trás dos shows, processou Michael por quebra de contrato, alegando perdas financeiras milionárias. Em 2003, após uma longa disputa legal, o tribunal decidiu que Michael deveria pagar US$ 5,3 milhões a Avram.
O pôster oficial do evento, que hoje circula entre colecionadores e fãs, é um lembrete visual desse sonho interrompido:
O Rei do Pop e as Pedras do Pelô: Uma Sinfonia de Protesto e Liberdade
A chegada de Michael Jackson à capital baiana foi um momento que transcendeu o espetáculo e tocou profundamente as raízes históricas do Pelourinho.
As ruas de paralelepípedos, que testemunharam séculos de opressão, vibraram com a presença do artista que carregava em sua voz a força de um clamor global. Mais do que um show, a visita de Michael trouxe à tona a alma daquele lugar, onde o passado de dor e escravidão ecoava através de cada pedra. A energia histórica do Pelô e a grandiosidade de sua arte se fundiram, criando uma narrativa de redenção.
Essas pedras, silenciosas testemunhas de um passado cruel, onde escravos eram brutalmente açoitados, agora serviam de palco para um novo tipo de manifestação. A dança e o canto de Michael Jackson em “They Don’t Care About Us“, transformaram o local em um grito de protesto contra as injustiças.
A mensagem da música não poderia ser mais adequada: uma crítica poderosa à opressão, ao racismo e à indiferença social. Ali, entre os becos antigos, sua voz não só ecoou, mas vibrou em ressonância com as memórias dos que ali sofreram.
Quando Michael levantou seu brado, era como se sua arte curasse, mesmo que por um instante, o karma brutal dos cativos que ali pereceram. Seu canto não foi apenas um protesto, mas uma libertação simbólica, uma conexão com os espíritos dos injustiçados e humilhados. A junção de sua obra com aquele cenário histórico trouxe um alívio espiritual, um bálsamo para as feridas invisíveis que aquelas ruas ainda carregavam.
A força de sua música trouxe um senso de justiça que transcendia o tempo.
A visão humanitária de Michael Jackson era clara em sua arte e em suas ações. Ele não apenas performava; ele encarnava um papel libertador, com uma missão de unir o passado ao presente e dar voz aos oprimidos. Sua performance no Pelourinho foi um tributo a todas as vidas que, sem voz, sucumbiram à crueldade. Naquele dia, Michael desempenhou seu papel como um mensageiro de justiça, usando seu poder artístico para criar impacto social, enquanto seus movimentos quebravam as correntes invisíveis da indiferença.
É por essa sensibilidade, essa capacidade de enxergar além do palco e da fama, que Michael Jackson merece mais do que aplausos.
Ele merece ser lembrado como um visionário, alguém que não só mudou a música, mas também tocou profundamente em questões sociais e humanas. A homenagem a ele é, na verdade, uma celebração de sua coragem em trazer luz onde antes só havia escuridão, e por isso ele permanece eternamente presente nas pedras antigas do Pelô.
Por trás de They Don’t Care About Us: Os detalhes ‘cortados’ da obra-prima de Michael Jackson
Michael Jackson não era apenas um artista; ele era um alquimista da música, um visionário obcecado pela perfeição. Conta-se que, muitas vezes, ele chegava a dormir no estúdio, incapaz de desligar sua mente criativa.
O Rei do Pop se referia às suas canções como “bíblicas” quando sentia que tinha nas mãos um hit. Mas, ao contrário de muitos que sentem a emoção de uma criação terminada e logo a liberam ao mundo, Michael não era assim. Ele trabalhava incessantemente, lapidando cada detalhe de suas músicas.
O processo criativo de Michael não se limitava à composição de uma canção; ele era um arquiteto da música, manipulando cada som, cada acorde, como um escultor diante de uma obra-prima inacabada. Para ele, uma música nunca estava realmente pronta.
Mesmo quando já havia dedicado horas, semanas, meses ou até anos em uma única faixa, ele ainda sentia que algo mais podia ser feito. E era justamente nesse momento, quando tudo parecia estar no lugar, que começava seu maior dilema: os cortes. A decisão de remover um acorde, uma melodia, um vocal ou um baixo era como cortar um pedaço de sua própria alma.
No álbum HIStory: Past, Present and Future – Book I, esse processo foi exaustivo. Durante a década de 90, os CDs tinham uma capacidade limitada de 77 minutos, e Michael desejava atingir esse limite ao máximo. Cada faixa foi trabalhada com tanto esmero que qualquer corte parecia uma traição à própria arte.
Uma das canções mais emblemáticas desse álbum é They Don’t Care About Us, um hino que se tornou um símbolo de resistência e denúncia. O que poucos sabem é que, nas versões finais, Michael convocou o coro gospel de Andraé Crouch para gravar uma parte monumental da música.
Os vocais poderosos e emocionantes enchiam o estúdio de uma energia quase espiritual, enquanto Michael, com precisão cirúrgica, orientava cada nota. O resultado era eletrizante.
Acompanhe:
No entanto, essa parte não foi incluída no corte final da música. Foi uma decisão que, sem dúvida, o atormentou, mas que se tornou necessária para respeitar os limites físicos do álbum.
Contudo, para a alegria dos fãs, essa visão incompleta de Michael foi finalmente realizada em 2011, no álbum IMMORTAL, quando o remix produzido por Kevin Antunes trouxe à tona o tão esperado coral:
A dedicação incansável de Michael Jackson à sua arte é um lembrete de que a verdadeira grandeza não conhece limites. Para ele, a música era mais que entretenimento; era uma missão sagrada, uma busca interminável pela perfeição.
E é por isso que sua obra continua a inspirar, impactar e emocionar milhões ao redor do mundo.
Pastel, Rasgos e Magia: O estilo inesquecível de Michael Jackson
“Você acha que está muito rasgada?” Michael perguntou, segurando a camiseta branca entre os dedos. O corte que começava no decote descia até quase a metade do tecido, revelando um vislumbre de sua pele. Antes que alguém pudesse responder, ele sorriu de lado e completou: “As garotas querem ver um pouco de ‘pastel’.”
Era assim que ele chamava seu peito, “pastel”, como se fosse algo comum e descontraído. Mas nada era comum em Michael Jackson. Cada rasgo em suas camisetas era feito com precisão, calculado por ele mesmo com uma tesoura. Em alguns dias, o corte era sutil; em outros, exagerado, dependendo de seu humor. Sob suas jaquetas militares ornamentadas, que transmitiam autoridade e controle, estava essa peça simples e rebelde que enviava outra mensagem: “Sou como você.”
”Mas por que você rasga assim?” o estilista Michael Bush perguntou certa vez, intrigado.
“Porque é meu jeito de dizer que não sou perfeito – e nem quero ser.”Essa rebeldia não parava por aí. Michael tinha o hábito de manchar suas roupas de propósito, algo que deixava os estilistas horrorizados. Um dia, ele pegou um pouco de maquiagem no camarim e passou no ombro de uma jaqueta impecável. Quando questionado, ele apenas respondeu com um sorriso enigmático: “Você não pode ficar sujo? Por que não?”
Essa atitude descontraída era, na verdade, cuidadosamente pensada. Ele sabia que as pessoas estavam sempre procurando algo para interpretar nele, e ele adorava brincar com isso.
Para uma sessão de fotos na revista Life, ele vestiu meias de cores diferentes – uma rosa e outra amarela. O mundo enlouqueceu. “Quem veste este homem?” perguntaram. Michael apenas riu. “Quem disse que as meias precisam combinar?”
Os fãs viam nele algo que os conectava a si mesmos. “Olhe para o Michael”, pensavam. “Ele é perfeito, mas também é humano.” Ele sabia disso.
“Michael, as pessoas vão achar isso estranho”, alguém comentou.
“Ótimo”, ele respondeu. “Estranho faz pensar. Pensar faz sentir. E é isso que eu quero.”Cada detalhe – o rasgo, a mancha, as combinações inusitadas – fazia parte de um espetáculo maior, uma dança entre o comum e o extraordinário. Era assim que Michael Jackson comunicava sem dizer uma palavra.
Em cada palco, em cada foto, ele nos lembrava de que a verdadeira magia está em desafiar o que é esperado e transformar o ordinário em algo extraordinário.
Making Of Thriller: Bastidores da Magia e Genialidade de Michael Jackson
Quando Michael Jackson idealizou “Thriller“, ele não queria apenas um videoclipe. Queria uma obra-prima. Inspirado em seu desejo de explorar o cinema, Jackson concebeu “Thriller” como um curta-metragem, rompendo barreiras e redefinindo a estética visual da música pop.
Lançado em 1983, o clipe, com seus 13 minutos, foi um feito revolucionário que tornou o videoclipe uma forma de arte reconhecida. A mistura de terror, dança e narrativa cinematográfica fez de “Thriller” não apenas um marco, mas um fenômeno cultural que ultrapassou gerações. Era Michael fazendo o mundo dançar, mesmo com medo.
Nos bastidores, havia uma verdadeira transformação ocorrendo. Rick Baker, o renomado maquiador vencedor de Oscar, trouxe à vida o monstro que Michael Jackson se tornaria na tela. Baker e sua equipe passaram horas aperfeiçoando cada detalhe, desde a textura da pele até os olhos assustadores que se tornaram um símbolo icônico.
Jackson, um perfeccionista nato, ficou horas na cadeira de maquiagem, mas, ao contrário de muitos astros de seu nível, mostrava apenas paciência e empolgação. Ele compreendia que, para alcançar a grandeza, era preciso dedicação. Para ele, cada segundo de preparação valia a pena se significasse criar algo que nunca seria esquecido.
Quando finalmente estava pronto, o Rei do Pop encarnou o personagem com uma entrega quase ritualística. O talento e a energia que ele transmitia na dança eram apenas parte de um esforço muito maior.
As filmagens foram intensas, e a maquiagem, que irritava sua pele, era removida e reaplicada diversas vezes. Mesmo assim, Michael mantinha-se firme. Ele não se deixava abalar, determinado a tornar “Thriller” algo além do comum. Ali, no set, ele já sabia que estava participando de algo épico, de uma obra que marcaria para sempre sua carreira e a história da música.
A reação mundial ao lançamento de “Thriller” foi arrebatadora. O público nunca havia visto algo assim. E a visão cinematográfica de Jackson estava finalmente concretizada. Ele provou ao mundo que videoclipes não precisavam ser meras promoções de músicas, mas sim pequenas joias cinematográficas, com história, suspense e beleza.
Michael, sempre inovador, elevou o videoclipe ao status de arte e abriu caminho para o que hoje é um setor bilionário da indústria musical. Artistas passaram a se inspirar em seu trabalho, e “Thriller” tornou-se um padrão inalcançável.
Décadas depois, o curta-metragem “Thriller” permanece vivo, assombrando e encantando novos espectadores. Michael Jackson tornou-se imortal ao desafiar os limites da imaginação e transformar um clipe em uma experiência visual e emocional.
Em sua essência, “Thriller” não é apenas sobre monstros e dança: é sobre a genialidade de um artista que ousou transformar seus sonhos em realidade, e que, com seu talento e carisma, escreveu seu nome para sempre na história.
Ghosts: A joia subestimada de Michael Jackson que o tempo está redescobrindo
Em 1996, Michael Jackson presenteou o mundo com Ghosts, uma obra única, mas que, para muitos, ficou escondida no tempo, longe da aclamação que ele tanto esperava.
Realizado com a ambição artística característica do Rei do Pop, o média-metragem é hoje visto como um marco subestimado, uma realização que alcança níveis impressionantes de narrativa, performance e efeitos visuais. No entanto, apesar do investimento de US$ 15 milhões e a parceria com Stephen King, Ghosts não encontrou o sucesso esperado em seu lançamento.
A questão que persiste é: por que uma obra de tal magnitude foi praticamente ignorada na época?
Para compreender o enigma por trás de Ghosts, é preciso voltar a 1993, quando o projeto ainda atendia pelo nome Is It Scary e estava sendo desenvolvido como uma colaboração com a franquia Família Addams. Jackson já havia gravado algumas cenas, mas viu seu mundo virar de cabeça para baixo quando o Caso Jordan Chandler emergiu, com acusações que despedaçaram sua imagem e levaram à suspensão do projeto. Acusado injustamente, ele foi obrigado a deixar os palcos da turnê Dangerous e a assistir, de longe, enquanto o projeto era arquivado, os sonhos diluídos sob o peso de uma polêmica fabricada que apenas anos depois seria revelada como uma fraude.
Três anos depois, ainda motivado pelo desejo de dar vida ao seu projeto, Michael decidiu ressuscitar It Is Scary (renomeando para Ghosts), desta vez com a colaboração do renomado escritor de terror Stephen King.
Ambos deram vida a uma obra que combinava dança, terror e um espetáculo de efeitos visuais. Com um roteiro sombrio e ousado, Jackson criou uma história na qual confronta o preconceito e desafia os críticos, em uma autocrítica sutil e poderosa. A produção era, acima de tudo, um espelho de suas lutas e uma maneira de se expor ao público sob outra perspectiva.
No entanto, mesmo com todo o esforço e a excelência do resultado, Ghosts enfrentou uma barreira imensa: a falta de apoio de sua própria gravadora. Executivos da Sony alegaram que lançar o curta nos cinemas e promover intensamente seu lançamento comprometeria a divulgação do álbum HIStory, lançado apenas meses antes e que já havia demandado investimentos expressivos.
Para a gravadora, Jackson estava em uma encruzilhada comercial que não permitia o luxo de promover outra produção com um orçamento tão alto.
Ainda assim, Ghosts encontrou reconhecimento. Em Cannes, foi aclamado e recebeu um prêmio especial, mas o caminho para o grande público foi cortado. O filme ficou no limbo, e Michael Jackson, decepcionado, viu seu trabalho ser praticamente esquecido pela falta de apoio. Para ele, Ghosts merecia um espaço próprio, tanto que, em 2009, planejava exibi-lo junto com Thriller em uma celebração inédita durante os shows da turnê This Is It. Infelizmente, com sua passagem, essa homenagem jamais aconteceu.
Hoje, Ghosts renasce nas redes e nas discussões de fãs e críticos que finalmente reconhecem o gênio por trás desse média-metragem. A obra de Michael Jackson, que mescla horror, dança e introspecção, é uma joia que o tempo vem revelando.
No fim das contas, Ghosts não foi um erro ou um fracasso; foi uma prova de que, mesmo incompreendido, o legado de Michael transcende o presente, aguardando seu verdadeiro reconhecimento na posteridade.
A Visita Inesperada: O dia em que Michael Jackson parou as filmagens de Esqueceram de Mim 2′
Tudo corria tranquilamente durante as filmagens da sequência de Esqueceram de Mim na pacata cidade de Winnetka, Illinois. No entanto, um momento inesperado nos bastidores de Esqueceram de Mim 2 marcaria profundamente a equipe de produção: a chegada surpresa de Michael Jackson.
O episódio aconteceu em um final de semana de ensaios na frente da icônica casa dos McCallisters, localizada em Evanston. A atriz Diana Rein descreve a cena como algo digno de um filme: “Estávamos concentrados no trabalho quando, de repente, Macaulay Culkin chegou com Michael Jackson. Ninguém estava preparado para aquilo. Era como se a própria realeza tivesse entrado no set. Todos ficaram em êxtase.”
Apesar de sua notória timidez, Jackson interagiu com a equipe, tirou fotos e deixou uma impressão de gentileza e humildade.
Para aqueles que estavam presentes, o momento foi tão surreal quanto mágico. Uma van sem janelas estacionou e dela saiu o maior astro da música mundial, trajando seu característico estilo discreto e misterioso. “Foi surreal”, relembra Rein.
A relação de Jackson com os sets de filmagem não era uma novidade. Sua amizade com Macaulay Culkin, estrela de Esqueceram de Mim, já era bem conhecida. Porém, testemunhar a maneira como ele interagia de forma genuína com a equipe foi uma revelação. Longe das multidões e dos palcos grandiosos, ali estava ele: um amigo discreto, observando com fascínio a criação de uma história que cativaria o público ao redor do mundo.
BAD: O legado inigualável de Michael Jackson
O álbum “Bad” de Michael Jackson não apenas solidificou seu status como o Rei do Pop, mas também se tornou um fenômeno cultural inigualável desde seu lançamento em 1987. Com uma mistura magistral de pop, funk, e rock, o álbum capturou a imaginação de milhões de ouvintes em todo o mundo.
Os singles deste álbum se destacaram como verdadeiras obras-primas musicais. A faixa-título “Bad” marcou o início de um novo capítulo na carreira de Jackson, com seu ritmo viciante e letras provocantes.
“The Way You Make Me Feel” aqueceu os corações dos fãs com sua energia contagiante e vibrante. Enquanto isso, “Man in the Mirror” inspirou uma geração inteira com sua mensagem poderosa de auto-reflexão e mudança social.
No entanto, o verdadeiro testemunho do sucesso estrondoso de “Bad” foi o recorde de vendas que alcançou na primeira semana após seu lançamento. Com um incrível total de 7 milhões de cópias vendidas em todo o mundo em apenas sete dias, o álbum estabeleceu um novo padrão de excelência na indústria musical. Esse feito monumental não só quebrou recordes anteriores, mas também solidificou o lugar de Michael Jackson na história da música como um dos artistas mais influentes de todos os tempos.
Desde então, “Bad” continuou a cativar os ouvintes, vendendo impressionantes 65 milhões de cópias em todo o mundo até hoje. Seu legado perdura através das gerações, inspirando artistas e fãs com sua música atemporal e impactante.
Com “Bad”, Michael Jackson não apenas reinou supremo na cena musical, mas também deixou um legado duradouro que continuará a ressoar por muitos anos vindouros.
HIStory de Michael Jackson: O álbum que mudou o marketing musical
Michael Jackson, o eterno Rei do Pop, não apenas revolucionou a música, mas também redefiniu a maneira como um álbum poderia ser promovido. Com o lançamento de “HIStory: Past, Present and Future, Book I“, em 1995, Jackson protagonizou uma campanha de marketing que não apenas desafiou os limites da imaginação, mas que também estabeleceu um novo padrão para a indústria fonográfica.
Foi um espetáculo global que selou o legado do artista como um dos maiores visionários culturais de todos os tempos.
A Sony Music investiu impressionantes 30 milhões de dólares na divulgação do álbum, uma soma astronômica para a época. A peça central dessa campanha eram nove estátuas gigantes de Jackson, cada uma com 10 metros de altura e pesando 2.100 kg. Feitas de aço e fibra de vidro, essas estruturas monumentais foram estrategicamente colocadas em cidades como Londres, Paris, Berlim e Madrid.
Uma delas flutuou majestosamente pelo rio Tâmisa, no Reino Unido, atraindo a atenção de milhares de pessoas e consolidando a imagem de Michael como um ícone quase mitológico.
O impacto dessa campanha foi avassalador. As estátuas não eram apenas um símbolo de promoção, mas uma celebração da magnitude artística de Jackson. Em uma época anterior às redes sociais, o mundo testemunhou algo inédito: o marketing como espetáculo, transformando o lançamento de “HIStory” em um evento cultural global.
Os resultados dessa ousada estratégia de marketing foram igualmente impressionantes. Em menos de duas semanas após o lançamento mundial, em 20 de junho de 1995, “HIStory” havia vendido 7,5 milhões de cópias em todo o mundo. Apesar das críticas negativas que o álbum recebeu, a combinação de músicas inovadoras e um marketing sem precedentes catapultou as vendas para 35 milhões de cópias no total, transformando-o no álbum duplo mais vendido da história.
Além do sucesso comercial, “HIStory” trouxe um testemunho poderoso da resiliência de Michael Jackson. A campanha e o álbum foram lançados em um momento de intenso escrutínio da mídia sobre a vida pessoal do cantor. Ainda assim, Jackson provou que era possível transformar adversidades em arte e desafios em oportunidades. Ele não apenas lançou músicas como “They Don’t Care About Us“ e “Earth Song“, mas fez delas hinos globais de conscientização social.
“HIStory” não foi apenas um álbum. Foi uma declaração audaciosa de Michael Jackson ao mundo, uma celebração de sua carreira e uma visão de seu legado. Com estátuas gigantes, milhões de discos vendidos e músicas que ecoam até hoje, Jackson não apenas escreveu história; ele se tornou parte dela.
Escrevendo como Michael Jackson: Lições do Rei do Pop
Michael Jackson, o indiscutível Rei do Pop, era um gênio multifacetado cujas habilidades iam muito além de sua presença no palco. Sua capacidade de criar hit após hit revolucionou a música pop e transformou a indústria, deixando um legado que ecoa até hoje.
Mas o que muitos não percebem é que o sucesso de Michael não foi apenas fruto de seu talento natural; ele foi, antes de tudo, um estudante dos grandes mestres da música. Para quem deseja seguir seus passos, estudar sua arte e aprender com seu processo criativo pode ser uma jornada reveladora.
Jackson entendia a importância de se inspirar em seus ídolos. Ele não apenas admirava, mas estudava músicos que o precederam e os usava como base para criar seu som inconfundível. Um exemplo claro disso está na famosa linha de baixo de “Billie Jean”, que compartilha semelhanças marcantes com a faixa “I Can’t Go for That (No Can Do)” da dupla Hall & Oates.
Sua genialidade estava em sua capacidade de pegar essas influências e transformá-las em algo totalmente novo. Para compositores contemporâneos, essa lição é valiosa: não há vergonha em buscar inspiração nos grandes, o importante é moldá-la com sua própria voz.
Outra marca registrada de Michael Jackson era sua habilidade de contar histórias profundas e pessoais através de sua música. Em “Childhood”, por exemplo, ele revelou aspectos íntimos de sua vida que, até então, poucos conheciam. Jackson considerava essa faixa uma de suas obras mais honestas e pessoais, e encorajava os fãs a ouvi-la para compreender sua verdadeira essência.
O poder da narrativa em suas composições é uma lição crucial para qualquer músico: uma canção não é apenas uma melodia agradável, mas uma história contada em notas, versos e emoções. E quando essa história é pessoal, a conexão com o público se torna ainda mais forte.
Além de seu talento como compositor, Michael Jackson foi um inovador na produção musical. Ele compreendia a importância do equipamento certo para dar vida às suas criações. O som marcante de “Don’t Stop ’Til You Get Enough”, por exemplo, foi impulsionado pelo uso do pedal de chorus Boss CE-1, um detalhe técnico que ajudou a moldar a assinatura sonora do Rei do Pop. Essa atenção minuciosa à produção é outra lição vital para os artistas atuais: o equipamento certo não cria a música por si só, mas pode elevar a sua visão e permitir que a magia aconteça de maneira única.
Um dos momentos mais icônicos da carreira do Rei do Pop, o solo de guitarra em “Beat It”, executado por Eddie Van Halen, é um exemplo perfeito de como colaboração e escolha de equipamento podem criar algo eterno.
O amplificador Hartley-Thompson usado por Van Halen naquele solo capturou um som tão único que é reconhecido instantaneamente por milhões de pessoas até hoje. Para os músicos modernos, isso destaca a importância de trabalhar com os profissionais certos e explorar as ferramentas adequadas para trazer à tona o melhor de suas composições.
A verdadeira lição de Michael Jackson para os músicos de hoje vai além de suas inovações técnicas e de sua genialidade artística. Sua obra é um testemunho de como dedicação, estudo dos mestres e produção atenciosa podem se unir para criar músicas que transcendem o tempo.
Ao mergulharmos em sua trajetória, percebemos que, embora replicar seu sucesso seja um desafio monumental, há um caminho claro para aqueles que desejam aprender com o melhor: inspire-se, conte histórias verdadeiras e use as ferramentas certas para transformar sua visão em realidade.
O legado de Michael Jackson é eterno, e para qualquer compositor que sonha em alcançar os corações e mentes de milhões, estudar o Rei do Pop é não apenas uma escolha, mas um privilégio.