Lições de Sucesso com Michael Jackson

Lições de Sucesso com Michael Jackson

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Michael Jackson nunca foi apenas talento. Desde os primeiros passos como astro mirim nos Jackson 5 até se tornar o artista mais influente do século XX, ele fez mais do que cantar e dançar: ele trabalhou como poucos. A imagem do astro recluso, dos clipes milionários e do showman em palcos lotados é real — mas está longe de revelar o Michael que virava noites em estúdio, que ensaiava até o corpo não aguentar mais e que duvidava de si quando todos ao redor o tratavam como rei. Por trás do brilho, havia suor. E uma vontade insaciável de ser melhor do que já era.

“Michael é uma máquina. Ele era obcecado pela perfeição”, declarou Brad Sundberg, engenheiro de som que esteve com ele em incontáveis gravações. De fato, os que conviveram de perto com o Rei do Pop descrevem um artista movido por uma ética de trabalho quase sobre-humana. Michael não apenas comparecia aos estúdios: ele os habitava. Muitas vezes, era o último a sair, testando microfones, repassando vocais, ajustando beats. “Não é bom o suficiente”, dizia ele — mesmo quando todos ao redor já estavam em êxtase com o resultado.

O processo por trás de Thriller, o disco mais vendido de todos os tempos, é um exemplo perfeito. Poucos sabem que durante sua produção, Michael Jackson enfrentou dúvidas internas e externas. O lendário produtor Quincy Jones, por exemplo, acreditava que o álbum não ultrapassaria o sucesso de Off The Wall. E o que fez Michael diante dessa descrença? Unificou o time. “Michael fazia todos acreditarem na visão dele. Ele dizia: juntos alcançaremos a perfeição”, lembrou Bruce Swedien, engenheiro de som. Foram semanas sem dormir, ensaios exaustivos e um perfeccionismo que beirava o insano — tudo isso para entregar uma obra-prima.

Há também um traço muitas vezes negligenciado: sua fome por inovação. Rodney “Darkchild” Jerkins, um de seus produtores, relembra uma ligação em que Jackson propôs: “Por que não podemos inventar um novo instrumento? Alguém criou o piano, o tambor… por que não criamos o nosso?” Esse era Michael. Um visionário inquieto. Para ele, a música era uma linguagem infinita — e cada álbum, uma oportunidade de reinventá-la. Sua mente não se limitava ao que existia. Ela buscava o que ainda não existia. Era um homem que acreditava que a juventude estava na mente — e que o tempo só atrasa quem não ousa pensar diferente.

E se tem uma lição que Jackson nos deixou, é: acredite em você. Em um discurso memorável, ele citou os irmãos Wright, Thomas Edison, Walt Disney e Henry Ford como homens ridicularizados antes de se tornarem lendas. “Você vai desistir só porque alguém riu de você?”, perguntava. Para ele, o escárnio dos outros era parte da jornada — e talvez um sinal de que você está exatamente onde deveria estar. As críticas vinham, sim. Mas vinham de quem não constrói. E Michael sabia disso.

Mesmo com todos os prêmios, recordes e consagrações, Michael recusava o conforto da glória. Em entrevista à Fox News, disse: “Não quero que meu subconsciente pense que já fiz tudo. Por isso não coloco troféus ou discos de ouro em minha casa.” Para ele, celebrar demais era o começo da estagnação. E se há algo que Jackson nunca foi, foi estagnado. Cada projeto era como se fosse o primeiro. Cada palco, uma nova chance de se provar. O passado, por mais brilhante que fosse, era apenas trampolim para o que ainda estava por vir.

E aqui está a pergunta que talvez resuma tudo: “O que Michael Jackson não conquistou?” A resposta parece ser: a satisfação plena. Porque mesmo tendo revolucionado a música, o videoclipe, a dança e a estética pop, ele ainda queria mais. Ainda buscava algo além — uma nota mais perfeita, um show mais impactante, uma obra mais eterna. E talvez seja exatamente por isso que Michael Jackson não foi só o Rei do Pop. Ele foi — e ainda é — o arquétipo do artista incansável.


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